segunda-feira, 29 de maio de 2017

Testemunho de experiência vocacional na Cartuxa


"Certamente ter a vocação para este rígido estilo de vida é uma coisa magnífica"

Oferecemo-vos esta carta de um jovem que teve a coragem de experimentar a vida consagrada para melhor discernir a sua vocação, com o objetivo de aproximar-vos à simplicidade da vida monástica e encorajar-vos a persistir na busca do vosso lugar no coração da Igreja.
“Realizei a experiência de viver 15 dias no interior da Cartuxa Argentina de São José em Dean Funes, certamente um viver a espiritualidade mística muito forte. A vida cartusiana é muito especial, o viver em solidão quase todas as 24 horas do dia diante de Deus e para si mesmo na solidão e no silêncio é uma experiência inesquecível.
Após chegar à cartuxa, eu fui recebido e acolhido pelo Prior, o qual me conduziu à cela porque eu tinha escolhido a vida de sacerdócio pela qual se pretende viver essencialmente no isolamento da cela. Depois de ter atravessado o claustro chegamos à cela destinada a mim, ele me descreveu os horários e os compromissos do dia: rezar, ir à igreja, pegar a refeição e o momento de dormir.
Assim que eu fiquei sozinho, ocupei-me em trocar de roupa e organizar os meus objetos pessoais no banheiro e no criado-mudo. Após ter completado estas formalidades ordinárias, comecei a me perguntar: E agora? O que faço? Creio que seja a pergunta mais óbvia que se fazem todos aqueles que se encontraram e que se encontrarão na minha situação. No silêncio total e absoluto optei por agradecer a Deus por ter me dado a oportunidade de estar naquele lugar naquele momento. Então eu comecei a apreciar a cela com o genuflexório, em seguida preparei para mim o chá e comecei a ler os Estatutos da Ordem.
Cada hora que passava o ambiente ao meu redor parecia mais familiar e me coloquei à espera da visita de um irmão converso, que como me tinha anunciado o Prior, viria à minha cela para me ensinar a confeccionar livros. A espera foi em vão, porque não pretendiam me fazer cansar, permitindo-me repousar da viagem que fiz para chegar na cartuxa.
Em relação aos tempos de oração, são intensos. De fato são diferentes da liturgia das horas comum que podemos rezar na nossa casa, eles dividiram o Saltério em dois e se percebe um modo especial de viver a oração. Vigílias de oração comunitária e outras horas que se recitam na Capela fazem perceber a comunidade como uma família recolhida em oração ao nosso Pai, elevando para o Seu louvor orações e salmos. O tom dos cantos é muito lento, ‘mastigando’ devagar cada palavra o som se torna penetrante para o coração.
A Santa Missa na qual participei é uma experiência realmente única. É quase completamente silenciosa, se fala muito pouco, mas não é mais um Sacrifício sobre o altar de cada um dos irmãos e dos padres do mosteiro. Na realidade, para mim, a Missa é a melhor parte do dia.
Sobre o trabalho na cela, cada um trabalha no próprio jardim, na carpintaria ou no balcão para a encadernação. Certamente ter a vocação para este rígido estilo de vida é uma coisa magnífica, mas precisa ter uma força mental e uma propensão à espiritualidade a ser cultivada diariamente.
Existem enormes dificuldades a superar, como enfrentar a solidão que nos induz à incertezas nas quais só Deus poderá estar perto de nós e nos fazer entender que tudo é possível, mas somente se o queremos verdadeiramente. Cada tipo de vida religiosa tem os seus problemas e não precisa ficar com medo do rigor cartusiano ou da alimentação essencial e privada de carne.
Portanto, quem escreve esta carta, que eu sei será publicada e, então, lida por muitos jovens fascinados pela vida cartusiana, vos encoraja a continuar a buscar e esperar um chamado vocacional. É necessário ser corajosos e convictos, contactar o próprio diretor espiritual ou a cartuxa na qual gostaria de tentar fazer uma experiência.
Deus vos abençoe e São Bruno possa guiar-vos no caminho da santidade”.

Via: https://cartusialover.wordpress.com/ “Tudo sobre o Universo Cartusiano”

Jovem judeu, ele virou monge cartuxo graças ao comentário de um professor católico


O nível de convicção do professor Dietrich von Hildebrand a respeito da sua fé católica teve um impacto surpreendente

O testemunho apresentado a seguir é da Dra. Alice von Hildebrand, esposa do professor Dietrich von Hildebrand, a quem o Papa Pio XII chegou a chamar de “Doutor da Igreja do século XX”.
Relata ela:
Em 1946, depois da Segunda Grande Guerra, o meu marido lecionava na Universidade de Fordham quando apareceu nas suas aulas um estudante judeu, que tinha sido oficial da Marinha durante a guerra. Um dia, ele confidenciou ao meu marido o quanto era belo o pôr-do-sol no Oceano Pacífico e como aquilo o tinha levado à busca da verdade sobre Deus.
Esse jovem tinha decidido entrar na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, para estudar filosofia, mas logo percebeu que não era isso o que realmente procurava. Um amigo lhe sugeriu então que fosse estudar filosofia em Fordham e mencionou o nome de Dietrich von Hildebrand.
Depois da primeira aula com o meu marido, ele soube que tinha encontrado o que procurava.
Um dia, depois das aulas, meu marido e o estudante foram dar um passeio a pé. O jovem lhe disse que estava surpreso com o fato de vários professores terem lhe afirmado que não tentariam convertê-lo ao catolicismo, sabendo que ele era judeu.
Estupefato, o meu marido parou, virou-se para ele e perguntou:
– Eles disseram o quê?!
O estudante repetiu a história. Meu marido respondeu:
– Pois eu iria até o fim do mundo e viria de volta para você se tornar católico!“.
É muito difícil medir o impacto que esse testemunho de convicção do professor a respeito da sua fé católica possa ter tido no jovem, mas não erraria por muito quem dissesse que o impacto foi grande…
Afinal, não passou muito tempo até que aquele jovem judeu não apenas se convertesse ao catolicismo, mas ainda se tornasse monge na cartuxa de Vermont, a única existente nos Estados Unidos, e, alguns anos depois, fosse ordenado sacerdote.

https://pt.aleteia.org/2017/03/16/jovem-judeu-ele-virou-monge-cartuxo-gracas-ao-comentario-de-um-professor-catolico/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt

domingo, 21 de maio de 2017

Impressão das Chagas de São Francisco: o sentido e o significado

 

São Francisco não contentou-se em unicamente seguir o Cristo. No seu encantamento com a pessoa do Filho de Deus, assemelhou-se e configurou-se com Ele.

 No dia 17 de setembro a Família Franciscana celebra, em todo o mundo, a festa da impressão das Chagas, também chamada de Estigmas de São Francisco de Assis. Veiculamos a seguir um artigo do Frei Régis G. Ribeiro Daher, publicado hoje no website Franciscanos:

Mais do que desvendar o caráter histórico das Chagas de São Francisco, importa refletir sobre a experiência de vida que se esconde sobre este fato. O que significa a expressão de Celano “levava a cruz enraizada em seu coração”? O que isso significou para o próprio Francisco? Há um significado para nós hoje, naquilo que com ele ocorreu?
Um erro comum é o de ver São Francisco como uma figura acabada, pronta, sem olhar para a caminhada que ele fez até chegar à semelhança perfeita (configuração) com o Cristo. O que ocorreu no Monte Alverne é o cume de toda uma vida, de uma busca incessante de Francisco em “seguir as pegadas de Jesus Cristo”. Francisco lançou-se numa aventura, sem tréguas, na qual deu tudo de si: a vontade, a inteligência e o amor. As chagas significam que Deus é Senhor de sua vida. Deus encontrou nele a plena abertura e a máxima liberdade para sua presença.
O segundo significado das chagas é o de que Deus não é alienação para o ser humano, ao contrário, é sua plena realização e salvação. Colocando-se como centro da própria vida é que o homem se aliena e se destrói; torna-se absurdo para si mesmo no fechamento do seu ‘ego’. O homem só encontra sua verdadeira identidade, sua própria consistência e o sentido de sua existência em Deus. E Francisco fez esta descoberta: Jesus Cristo foi crucificado em razão de seu amor pela humanidade – “amou-os até o fim” – , e ele percorre este mesmo caminho.
O terceiro significado: as chagas expressam que a vivência concreta do amor deixa marcas. A exemplo de Cristo, Francisco quis suportar/carregar e amar os irmãos para além do bem e do mal (amor incondicional). Essa atitude o levou a respeitar e acolher o ‘negativo’ dos outros mantendo a fraternidade apesar das divisões. Esse acolher e integrar o negativo da vida é a única forma de vencer o ‘diabólico’, rompendo com o farisaísmo e a autosuficiência, aniquilando o mal na própria carne. Só assim, o homem é de fato livre, porque não apenas suporta, mas ama e abraça o negativo que está em si e nos outros.
O quarto significado: seguir o Cristo implica em morrer um pouco a cada dia: “Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz a cada dia e me siga” (Lc 9,23). Não vivemos num mundo que queremos, mas naquele que nos é imposto. Não fazemos tudo o que desejamos, mas aquilo que é possível e permitido. Somos chamados a viver alegremente mesmo com aquilo que nos incomoda, vencendo-se a si mesmo e integrando o ‘negativo’, de modo que ele seja superado. Nós seremos nós mesmos na mesma medida em que formos capazes de assumir nossa cruz. As chagas de São Francisco são as chagas de Cristo, e elas nos desafiam: ninguém pode conservar-se neutro, sem resposta diante da vida.
São Francisco não contentou-se em unicamente seguir o Cristo. No seu encantamento com a pessoa do Filho de Deus, assemelhou-se e configurou-se com Ele. Este seu modo de viver está expresso na “perfeita alegria”, tema central da espiritualidade franciscana: “Acima de todos os dons e graças do Espírito Santo, está o de vencer-se a si mesmo, porque dos todos outros dons não podemos nos gloriar, mas na cruz da tribulação de cada sofrimento nós podemos nos gloriar porque isso é nosso”.

https://pt.aleteia.org/2013/09/17/impressao-das-chagas-de-sao-francisco-o-sentido-e-o-significado/

 


Franciscanos: como viver a pobreza hoje

 

O exemplo de pobreza de São Francisco para um estilo de vida sóbrio

O que é a pobreza hoje? Conversamos com dois padres franciscanos, que nos ajudam a entender o tema de uma vida cristã pobre, em todas as suas formas. "Se tivéssemos que delinear a pobreza de São Francisco hoje – disse nesta entrevista o Pe. Enzo Fortunato, do Sagrado Convento de São Francisco de Assis –, diríamos que há uma pobreza existencial, na maneira de ser, em que o homem quer despojar-se do seu subjetivismo, da sua arrogância, para entrar em diálogo com tudo o que o rodeia." A pobreza deve ser vivida, segundo o Pe. Enzo, "na essencialidade e na simplicidade, na essencialidade das coisas e na simplicidade do viver. Pobreza – continua o franciscano – significa amar as pessoas e usar as coisas, e não usar as pessoas e amar as coisas".

"Francisco de Assis – comentou, por sua vez, o Pe. Pietro Messa, diretor da Escola Superior de Estudos Medievais e Franciscanos da Pontifícia Universidade Antonianum – morreu em 4 outubro de 1226 e foi canonizado em julho de 1228. A partir daquele momento, foi chamado de santo e sua vida é contada a partir da perspectiva da santidade, ou seja, em um estilo hagiográfico que tende a destacar a vida virtuosa, incluindo a pobreza. Então, é preciso distinguir o que diz o irmão Francisco de Assis, por exemplo, em seus escritos, e o que dizem os biógrafos posteriores, algumas tendendo a exaltar o aspecto da pobreza, como o famoso 'Sacrum commercium', que conta a história de uma aliança esponsal entre santo e a pobreza. Quando Francisco, em seu testamento, resume sua vida – continuou –, a pobreza é um aspecto ausente, enquanto é central a misericórdia com os leprosos."

Como este ideal de pobreza de São Francisco poderia ser vivido na sociedade de hoje? "Na partilha dos bens – responde o Pe. Enzo Fortunato –, no saber dividir com os necessitados, com os indigentes. Este é o primeiro aspecto, e talvez mais importante: partilha e solidariedade. E depois a justiça, ou seja, ser homens e mulheres que amam a justiça." E nas escolhas concretas? "Nós precisamos ser capazes de renunciar ao supérfluo, a tudo o que torna a vida pesada, para ir ao coração das coisas."

"Mesmo em São Francisco de Assis houve momentos na vida, especialmente nos últimos tempos, depois de várias vicissitudes, em que ele mostra que o centro é a misericórdia – contou o Pe. Pietro Messa. Por exemplo, em um determinado momento, convida os irmãos a não criticar aqueles que vivem em roupas finas – o que mostra que ele percebeu que a pobreza, quando se torna uma ideologia, pode destruir a caridade. Este apelo à misericórdia, que inclui a pregação do Evangelho como fonte de salvação, significa deixar-se modelar sempre mais pelo amor de Jesus, que ensina a cuidar do outro não somente quando ele é pobre. Sobre isso, podemos lembrar da Madre Teresa de Calcutá, que, impelida pelo amor eucarístico, tinha um olhar de compaixão não só para com os mais pobres dos pobres, mas também para com pessoas como a Lady Diana. Se o amor fosse só pelos pobres, no momento em que a pessoa fica rica, ele acabaria; mas, se amamos a pessoa concreta, o olhar de benevolência envolve toda a existência."

https://pt.aleteia.org/2013/03/25/franciscanos-como-viver-a-pobreza-hoje/

O dia em que um anjo Serafim crucificou São Francisco

 

Uma experiência mística

Dois anos antes de entregar sua alma ao céu, estando no eremitério que, por sua localização, tem o nome de Alverne, Deus deu a Francisco a visão de um homem com a forma de um Serafim de seis asas, que pairou acima dele com os braços abertos e os pés juntos, pregado numa cruz. Duas asas elevavam-se sobre a cabeça, duas abriam-se para voar e duas cobriam o corpo inteiro.
Ao ver isso, o servo do Altíssimo se encheu da mais infinita admiração, mas não compreendia o sentido. Experimentava um grande prazer e uma alegria enorme pelo olhar bondoso e amável com que o Serafim o envolvia. Sua beleza era indizível, mas o fato de estar pregado na cruz e a crueldade de sua paixão atormentavam-no profundamente.
Levantou-se triste e alegre ao mesmo tempo, se isso se pode dizer, alternando em seu espírito sentimentos de gozo e de padecimento. Tentava descobrir o significado da visão e seu espírito estava muito ansioso para compreender o seu sentido. Estava nessa situação, com a inteligência sem entender coisa alguma e o coração avassalado pela visão extraordinária, quando começaram a aparecer-lhe nas mãos e nos pés as marcas dos quatro cravos, do jeito que as vira pouco antes no crucificado.
Suas mãos e seus pés pareciam atravessados bem no meio pelos cravos, sobressaindo as cabeças no interior das mãos e em cima dos pés, e as pontas do outro lado. Os sinais eram redondos nas palmas das mãos e longos no lado de fora, deixando ver um pedaço de carne como se fossem pontas de cravo entortadas e rebatidas, saindo para fora da carne. Havia marcas dos cravos também nos pés, ressaltadas na carne. No lado direito, que parecia atravessado por uma lança, estendia-se uma cicatriz que frequentemente soltava sangue, de maneira que sua túnica e suas calças estavam muitas vezes banhadas naquele sangue bendito.
Infelizmente, foram muito poucos os que mereceram ver a ferida sagrada do seu peito, enquanto viveu crucificado o servo do Senhor crucificado! Feliz foi Frei Elias, que teve algum jeito de vê-la durante a vida do santo. Não menos afortunado foi Frei Rufino, que a tocou com suas próprias mãos. Porque, num dia em que lhe friccionava o peito, sua mão escorregou casualmente para o lado direito e tocou a preciosa cicatriz. A dor que o santo sentiu foi tão grande que afastou a mão e gritou pedindo a Deus que o poupasse.
Pois tinha muito cuidado em esconder essas coisas dos estranhos, e ocultava-as mesmo dos mais chegados, de maneira que até os irmãos que eram seus companheiros e seguidores mais devotados não souberam delas por muito tempo.
E o servo e amigo do Altíssimo, embora se visse ornado com jóias tão importantes como pedras preciosíssimas e assim destacado espetacularmente acima da glória e da honra de todos os homens, não se desvaneceu em seu coração nem procurou por causa disso comprazer-se em alguma vanglória. Pelo contrário, para que o favor humano não lhe roubasse a graça recebida, procurou escondê-la de todos os modos possíveis.
Tinha decidido não revelar a quase ninguém o seu segredo extraordinário, temendo que, como costumam fazer os privilegiados, contassem a outros para mostrar como eram amigos, e isso resultasse em detrimento da graça que tinha recebido. Por isso guardava sempre em seu coração e repetia aquela frase do profeta: “Escondi tuas palavras em meu coração, para não pecar contra ti”. Tinha até combinado um sinal com seus irmãos e filhos: quando queria interromper a conversa de pessoas de fora que o visitavam, recitava aquele versículo e eles tratavam de despedi-las delicadamente.

* * *
CELANO, Tommaso da. Primeira Vida de São Francisco. Parte segunda, segundo livro. Capítulo 3, partes 94 e 95.

terça-feira, 16 de maio de 2017

O jihadista não conseguiu me degolar: “Quem é você? Eu não consigo mexer o facão!”


O arrepiante relato do padre franciscano Abuna Nirwan no Iraque

Ope. Abuna Nirwan é um franciscano que nasceu no Iraque e, antes de ser ordenado sacerdote, estudou medicina. Foi destinado à Terra Santa e, em 2004, ganhou das Irmãs Dominicanas do Rosário uma relíquia da sua fundadora e um terço usado por ela. O padre passou a trazer a relíquia e o rosário sempre consigo.
A fundadora em questão é Santa Marie Alphonsine Danil Ghattas, cristã palestina canonizada em 2015 pelo Papa Francisco. Em 2009, quando o Papa Bento XVI aprovou o milagre para a sua beatificação, a Santa Sé pediu a exumação do corpo da religiosa. Esta missão costuma caber ao bispo local, que, para realizá-la, designa um médico. E esse médico foi justamente o padre Abuna Nirwan.
Em 2004, a relíquia e o rosário… Em 2009, a exumação… E esses dois fatos extraordinários não foram os únicos que ligaram o padre Nirwan àquela santa fundadora.
Dois anos antes da aprovação do Papa Bento à beatificação da religiosa, mais um fato simplesmente arrepiante envolvendo o pe. Nirwan e a madre Marie Alphonsine tinha sido relatado pelo padre Santiago Quemada no seu blog “Un sacerdote en Tierra Santa”.

Eis o relato:

A história que vamos contar aconteceu em 14 de julho de 2007. Abuna Nirwan foi visitar a sua família no Iraque e, para isso, precisou contratar um táxi. Ele mesmo relatou o caso na homilia de uma missa que celebrou em Bet Yalla. O padre Nirwan contou:
Não havia possibilidade de ir de avião para visitar a minha família. Era proibido. O meio de transporte era o carro. Meu plano era chegar a Bagdá e ir de lá para Mossul, onde viviam os meus pais.
O motorista tinha medo por causa da situação no Iraque. Uma família, formada pelo pai, a mãe e uma menininha de dois anos, pediu para viajar conosco. O taxista me falou do pedido e eu não vi nenhum inconveniente. Eram muçulmanos. O motorista era cristão. Ele disse que havia lugar no carro e que eles podiam ir conosco. Paramos num posto de combustível e outro homem jovem, muçulmano, também pediu para ir junto até Mossul. Como ainda restava um assento, ele também foi aceito.
A fronteira entre a Jordânia e o Iraque só abre quando amanhece. Quando o sol se levantou, uma fila de cinquenta ou sessenta carros foi avançando lentamente, todos juntos.
Seguimos a viagem. Depois de mais de uma hora, chegamos a um lugar onde estavam fazendo uma inspeção. Preparamos os passaportes. O motorista nos disse: “Tenho medo desse grupo”. Antes era um posto militar, mas uma organização terrorista islâmica havia matado os militares e tomado o controle do local.
Quando chegamos, eles nos pediram os passaportes sem nos fazer descer do carro. Levaram os passaportes a um escritório. A pessoa voltou, se dirigiu a mim e disse: ‘Padre, vamos continuar a investigação. Podem ir até o escritório mais à frente. Depois já é o deserto”. “Muito bem”, respondi. Caminhamos uns quinze minutos até chegar à cabana a que eles se referiam.
Quando chegamos à cabana, saíram dois homens de rosto coberto. Um deles tinha uma câmera em uma mão e um facão na outra. O outro era barbudo e estava segurando o alcorão. Chegaram até nós e um deles perguntou: “Padre, de onde está vindo?”. Respondi que vinha da Jordânia. Depois ele perguntou ao motorista.
Depois se dirigiu ao rapaz que vinha conosco, o agarrou por trás com os braços e o matou com o facão. Amarraram as minhas mãos por trás das costas e disseram:
“Estamos gravando isto para a Al-Jazeera. Quer dizer algumas palavras? Tem menos de um minuto”.
Eu respondi:
“Não, só quero rezar”.
Eles me deram um minuto para rezar.
Depois um deles me empurrou pelo ombro para baixo até eu ficar de joelhos e me disse:
“Você é clérigo. É proibido que o seu sangue caia no chão porque é sacrilégio”.
Por isso ele foi pegar um balde e voltou com ele para me degolar. Não sei o que rezei naquele momento. Senti muito medo e disse a Maria Alphonsine:
“Não pode ser por acaso que eu trago você comigo. Se é preciso que nosso Senhor me leve ainda jovem, estou pronto. Mas, se não é, eu te peço que ninguém mais morra”.
Ele pegou a minha cabeça, segurou meu ombro com força e levantou o facão. Uns instantes de silêncio e de repente ele perguntou:
“Quem é você?”
Respondi:
“Um frade”.
“E por que eu não consigo mexer o facão? Quem é você?”.
E, sem me deixar responder, prosseguiu:
“Padre, você e todos voltem para o carro”.
Fomos de volta até o veículo.
Daquele momento em diante, eu perdi o medo da morte. Sei que um dia morrerei, mas agora é mais claro que vai ser só quando Deus quiser. Desde aquele momento, eu não tenho medo de nada nem de ninguém. O que vier a me acontecer é porque é vontade de Deus e Ele vai me dar a força para acolher a Sua cruz. O importante é ter fé. Deus cuida dos que acreditam n’Ele”.
___________
Traduzido, com adaptações, de artigo publicado pelo site Religión en Libertad (em espanhol)

quinta-feira, 11 de maio de 2017

A alma

"A alma se nivela às coisas que ama."

- Santa Catarina de Sena

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"É necessário voltar atrás, ao antigo, inclusive para encontrar o novo. Como um homem que se perdeu volta sobre seus rastros até a sinalização que indica o caminho correto. O homem moderno se parece muito com um viajante que esqueceu para onde ia e tem que voltar atrás, ao lugar de onde veio, para descobrir para onde vai"

-G. K. Chesterton

Antes de ser santo

"Todo santo é um homem antes de ser santo; e um santo pode ser feito de todo tipo de homem".
- G. K. Chesterton

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Precisamos usar as armas que Jesus Cristo deixou para continuar a luta diária. A oração, a busca pelos sacramentos, missa, meditação da palavra de Deus, confissão, o santo rosário, a caridade, o despojamento além de outros são armas essenciais para o combate, já que o Salmo 50 nos diz: o pecado está sempre em minha frente. Promover a pessoa humana em todos os aspectos é o essencial, restituir a dignidade humana inserindo os filhos excluídos de volta a vida, Jesus Cristo foi o maior exemplo disso, Pe. Pio entedeu isso e nós precisamos continuar...

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