terça-feira, 5 de maio de 2015

CONTEMPLAÇÃO PARA ALCANÇAR AMOR

IR. TERESA CRISTINA POTRICK, ISJ E PE. R. PAIVA, SJ

Tempo de amar: para começo de conversa
“A contemplação para alcançar o amor”: duas observações de Santo Inácio
(EE 230-231)

 Amor, que amor? O amor da velha canção: “O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou”? Depois de sua conversão, Santo Agostinho passou um período sem gostar desta palavra, por conta da poluição que a envolvia e na qual se envolvera por tantos anos. Passou a usá-la com afeto renovado pela leitura e comentário da Primeira Carta de São João: “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo – desejo incontrolado da carne, desejo incontrolado dos olhos e orgulho dos bens da vida – não vem do Pai, mas do mundo. Mas o mundo passa e seus desejos imoderados também, mas o que cumpre a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 1,15-17).
É o que o Senhor mais deseja (sua justiça) é que o filho perdido volte para casa, para o abraço e para a festa, e que o filho mais velho não fique fora, preso ao despeito e ao rancor, mas que entre e acolha o irmão (Lc ). O Pai quer que alcancemos, no Espírito do Amor do Pai e do Filho, o Amor de Cristo: “Nisto consiste o seu amor: Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e mandou seu Filho como expiação pelos nossos pecados. Caríssimos, se a este ponto Deus nos amou, também nós devemos nos amar uns aos outros” (1Jo 4,10-11).
Por quê? Porque “o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conheceu a Deus, porque Deus é Amor” (1Jo 4,7-8). Assim, “reconhecemos o amor que Deus nos tem e acreditamos nele. Deus é Amor! Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele!” (1Jo 4,16).
Alcançar o Amor para permanecer no Amor! Alcançar Deus para permanecer em Deus! Já não estamos diante de um outro exercício, mas de um patamar e modo de vida, aonde só o Espírito pode nos colocar: “Quem confessa que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus” (1Jo 4,15). Jesus é “o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14), Aquele mesmo que nos “amou até o fim” (Jo 13,1).
Por isso “o amor consiste mais em obras do que em palavras” (EE 230). Se os Pais amam seus filhos pequenos, não os deixam sozinhos para irem “jantar fora”. Escreve-nos São João: “Filhinhos, não amemos só de palavra, nem só de língua, mas com atos e de verdade. Pois se alguém tiver bens neste mundo e vir seu irmão em necessidade e lhe fechar o coração, como o amor de Deus permanecerá nele? (1Jo 3,18 e 17). Afinal, “eis como reconhecemos o amor: ele entregou sua vida por nós. Assim também devemos dar a vida por nossos irmãos” (1Jo 3,16). Portanto, Santo Inácio tem toda razão quando nos faz notar também que “o amor é comunicação (e partilha!) de ambas as partes. Isto é, quem ama dá e comunica ao que ama. De modo que, se um tem ciência, honras ou riquezas, dá e comunica ao que não as tem. E assim mutuamente (EE 231).
Exercício: EE 230 e 232: O amor consiste mais em obras do que em palavras
Preparação: Escolho o bom lugar para o meu recolhimento mais profundo e acolho a presença de Deus. Rezo a costumeira oração preparatória.
Pedido de graça: Peço compreender o significado do amor verdadeiro: doar a vida em favor dos demais!
1º) O amor em gestos dos verdadeiros seguidores de Cristo.
Entro em oração, usando a minha imaginação. Imagino e observo tantas imagens que povoam minha mente:
  • Observo o amor da mãe pra com o filho gerado, nascido, educado ora sadio ora doente, ora feliz ora sofrido. Quantas palavras proferidas, ensinando, educando, velando, acompanhando o filho! Vejo a alegria da mãe na alegria do filho; a dor da mãe na dor do filho; sucesso do filho, conquista da mãe! Quantos gestos, quantas renúncias, quantos passos! Comparo, como são meus passos de amor? Considero e rezo!
  • O amor-doação. Vou recordando pessoas que amaram. Por exemplo, Maximiliano Kolbe, na entrega de sua vida, em favor de um pai de família, e posto para morrer de fome e sede pelos nazistas. O preço do gesto de amor, nesta terra, foram dez dias de fome e sede, totalmente despido na cela da morte, e, no fim, uma injeção de formol na veia. Valeu a pena? Reflito e rezo!
  • O amor-doação de São Lourenço, grelhado, porque amava os pobres, que eram seu tesouro.
  • O amor-doação de S.Vicente de Paula, no remo das galeras até a exaustão de suas forças, amenizando a exploração escrava nos navios.
  • Percorro ainda as inumeráveis obras sociais que a quase totalidade das paróquias, no país inteiro, realiza em favor dos seus necessitados.
  • Tudo leio do ponto de vista de que o amor verdadeiro é serviçal, é doação total segundo o ensinamento do divino Mestre. Rezo pedindo graça, pedindo perdão, examinando-me e querendo mudar de vida.
2º) Jesus: “Vim para que todos tenham vida”
Percorro agora, de forma mais global, a vida de Jesus: consistiu em gestos e atitudes de total amor, em suas caminhadas pela Palestina; sinais e mais sinais repletos de um dinamismo interior que o impulsionava ao outro: curas, olhares, gestos. Vejo crianças, mulheres, pecadores, doentes O encontrado pelos caminhos. Olho suas mãos, pés, ouvidos, olhos em total atenção às necessidades dos outros. Seu Coração o impelia: “Que todos tenham vida!” (Jo 10,10).
Colóquio: permaneço, empenhando-me para ter maior intimidade, na presença do Senhor Jesus, com os olhos fitos no seus gestos, sua entrega, sua doação, suplicando a conversão profunda e a cura do meu coração.

Finalizo com a oração Alma de Cristo.
Na revisão, anoto a moção mais forte.


http://www.itaici.org.br/quadro01.php?action=03&id=00119&canal=SUBS%CDDIOS%20E%20TEXTOS&secao=ORA%C7%D5ES&subsecao=&idpost=00470




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Total de visualizações de página

Quem sou eu

Minha foto
Precisamos usar as armas que Jesus Cristo deixou para continuar a luta diária. A oração, a busca pelos sacramentos, missa, meditação da palavra de Deus, confissão, o santo rosário, a caridade, o despojamento além de outros são armas essenciais para o combate, já que o Salmo 50 nos diz: o pecado está sempre em minha frente. Promover a pessoa humana em todos os aspectos é o essencial, restituir a dignidade humana inserindo os filhos excluídos de volta a vida, Jesus Cristo foi o maior exemplo disso, Pe. Pio entedeu isso e nós precisamos continuar...

Leituras Espirituais